No final da década de 50, quando os conceitos modernos de controlo tecnológico e gestão organizacional tiveram o seu início, a tecnologia vigente era baseada nos gigantescos mainframes que utilizavam os primeiros sistemas de controlo de stocks – actividade pioneira resultante da interacção entre gestão e tecnologia. A automatização era cara, lenta – embora demorasse menos tempo que os processos manuais – e para poucos.
No início da década de 70, a expansão económica e a maior disseminação dos computadores trouxe os MRPs (Material Resource Planning), antecessores dos sistemas ERP. Eles surgiram já na forma de conjuntos de sistemas, também chamados de pacotes, que comunicavam entre si e que possibilitavam o planeamento e a administração das mais diversas etapas dos processos produtivos.
Seguindo a linha evolutiva, a década de 80 marcou o início das redes de computadores ligadas a servidores – mais baratos e fáceis de usar que os mainframes – e a revolução nas actividades de gestão da produção e da logística. O MRP transformou-se em MRP II (Manufacturing Resource Planning ou planeamento dos recursos de produção).
Nestes sistemas foram agregadas funções de programação da produção, cálculo de necessidades de capacidade, controlo de compras, planeamento operacional e planeamento das vendas. Desta forma, os sistemas MRP deixaram de abordar apenas as necessidades de informação relacionadas com o cálculo da necessidade de materiais, para incluir também as necessidades de informação para a tomada de decisão de gestão sobre outros recursos de produção (mão-de-obra e maquinaria). O MRP passou, então, a receber a designação: MRP II.
Na prática, o MPR II, já poderia ser chamado de ERP pela abrangência de controlos e gestão. Porém, não se sabe ao certo quando é que o conjunto de sistemas ganhou essa denominação. Uma data importante foi 1972, ano no qual surgiu a empresa alemã – um símbolo do sector – SAP (Systemanalyse und Programmentwicklung). Com o lançamento do software R/2, entrou para a história na área dos ERPs e ainda hoje é o seu maior motor de inovação.
O próximo passo, ainda na década de 80, serviu tanto para agilizar os processos quanto para estabelecer comunicação entre as várias “ilhas” departamentais das empresas. Foram então agregados ao ERP novos sistemas, também conhecidos como módulos do pacote de gestão. As áreas contempladas seriam as finanças, compras, vendas e recursos humanos, entre outras, ou seja, sectores com uma conotação administrativa e de apoio à produção ingressaram na era da automação.
A nomenclatura ERP ganharia muita força na década de 90, entre outras razões pela evolução das redes de comunicação entre computadores e a disseminação da arquitectura cliente/servidor – microcomputadores ligados a servidores, com preços mais competitivos – e já não mainframes. E também por ser uma ferramenta importante na filosofia do controlo e gestão dos sectores corporativos, ganhando contornos mais próximos dos que conhecemos actualmente.
O desenvolvimento de ferramentas de Gestão de Informação ganhou, finalmente, na década passada, a importância necessária para que fosse contemplada uma das mais complexas necessidades das organizações – exactamente a gestão da informação.
As promessas eram tantas e tão abrangentes que a segunda metade daquela década seria caracterizada pelo boom nas vendas dos pacotes de gestão. Esses fabricantes lucraram com a venda do ERP como um substituto dos sistemas que poderiam falhar com o bug do ano 2000 – o problema na data de dois dígitos nos sistemas dos computadores.
Sem dúvida que a proximidade da transição do ano 2000, com toda a envolvente problemática que lhe era reconhecida, despertou os fabricantes de aplicações ERP para o desenvolvimento de sistemas abertos, desenhados em arquitecturas modulares, multiplataforma e com filosofias client-server, que pudessem dotar as organizações de verdadeiras armas estratégicas de gestão dos recursos de informação, ao mesmo tempo que lhes conferia também a faculdade de evoluir facilmente segundo as tendências dos mercados. Terão constituído fortes argumentos no desenho destes sistemas de informação para além do fenómeno da conversão da moeda para o EURO também a forte utilização da Internet para fins comerciais.