O ERP 2 tem como principal característica, além da integração dos sistemas, a ênfase na colaboração comercial que utiliza a Internet – actividade que também podemos chamar de e-commerce. Além de desenvolver produtos e formas de comercialização específicas, ele permite ainda o incremento do fluxo de informações entre as organizações interligando os seus sistemas, mais concretamente módulos do ERP.
Através do conceito ERP 2, o papel dos sistemas de gestão é amplificado, o que mostra a evolução contínua da família de sistemas. Se com o surgimento do termo ERP, nos anos 80, o foco era a optimização dos processos internos e o trânsito de informações restritas com entidades externas, como sejam os fornecedores, agora quebram-se algumas barreiras e é ténue a linha entre as acções internas e as externas. Afinal, para quê manter stocks de produtos dentro da sua fábrica quando um parceiro pode realizar entregas de acordo com a necessidade da produção?
A filosofia presente no ERP 2 é possível graças à disseminação em larga escala da Internet (principal estrada para que o envio e o recebimento de dados aconteçam na dinâmica do tempo real), assim como, foi alimentada pela forma globalizada que caracteriza actualmente a economia mundial. A ideia de reunir empresas de um mesmo sector – um bom exemplo na Web são os chamados marketplaces – para transaccionar, distribuir produtos e informações é o resultado disto, sendo apenas possível graças ao controlo e à integração dos sistemas de gestão com outros softwares.
Na segunda metade da década de 90 a moda entre os fornecedores era voltar o seu ERP para a Internet, fazendo com que os módulos pudessem ser actualizados pela grande rede e com que os trabalhadores remotos conseguissem aceder e alimentar o sistema através dela. As possibilidades que se abriram então foram ampliadas e não devem cessar, como podemos comprovar com o uso de web services que funcionam como conectores entre os sistemas. Por meio dos web services, as informações de um fornecedor europeu de um determinado material, alocadas num determinado ERP, podem ser lidas na Internet com facilidade por um fabricante da América Laina que utilize esse material na concepção dos seus produtos, sem que para isso, este último possua o mesmo sistema de gestão. A integração, em especial a de perfil externo, ganha assim um aliado poderoso que muito em breve vai ser tão comum quanto o uso de um browser, o sistema que permite entrarmos em diferentes sites como o Explorer. O resultado é que já é comum que os sistemas de ERP tenham uma orientação para operar com os web services.